No cenário do futebol mundial, os clubes atingiram uma marca histórica ao desembolsar impressionantes US$ 888,1 milhões em taxas de serviço de agentes em 2023, revela o mais recente relatório anual “Agentes de Futebol em Transferências Internacionais” da Fifa, divulgado nesta quinta-feira (14). Um notável aumento de 42,5% em comparação com o ano anterior.
Essa cifra superou o recorde anterior de 2019, que totalizou US$ 654,7 milhões em despesas globais com comissões para agentes envolvidos em transferências internacionais de jogadores. Segundo a Fifa, 86,6% dessas despesas foram lideradas por clubes europeus, com os clubes ingleses destacando-se ao pagar um montante superior a US$ 280 milhões (R$ 1,37 bilhão).
O segundo lugar em gastos ficou com os clubes da Arábia Saudita, somando US$ 86 milhões. Em um marco notável, os clubes profissionais de futebol feminino ultrapassaram a marca de US$ 1 milhão em taxas de serviço de agentes pela primeira vez, atingindo um total próximo de US$ 1,4 milhão.
Essa escalada nas despesas destaca a crescente importância e complexidade das negociações no mercado de transferências, com os números refletindo a intensidade e globalização do esporte mais popular do mundo.
A controvérsia entre agentes de futebol e a Fifa atinge novos patamares, com os ganhos crescentes dos profissionais preocupando a entidade máxima do futebol. Em resposta, a Fifa implementou regulamentos abrangentes, exigindo licenças para os agentes e estabelecendo tetos para as comissões.
Entretanto, essa medida enfrenta forte resistência por parte dos agentes, que questionam a intervenção da Fifa nos valores das comissões. Tribunais na Alemanha e na Inglaterra já se pronunciaram contra o estabelecimento de tetos, destacando a complexidade legal e ética da questão. As licenças para agentes, uma vez abolidas em 2015, ressurgiram como obrigatórias a partir de 1º de outubro de 2023, intensificando ainda mais o debate sobre o papel regulatório no cenário do futebol mundial.